quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sobre saudade

Despertei, e ainda de olhos fechados pude perceber sua presença ao meu lado.
Me ajeitei na cama, me virando um pouco pra ver se você ia embora, dei um grunido ou outro, demonstrando minha insatisfação com a sua presença, mas sei que em dias como esse, você é teimosa e não sai do meu lado nunca.

Resolvi que lidaria com você mais tarde, e simplesmente te aceitei ali comigo.

Durante os afazeres rotineiros do dia a dia, consegui passar com você despercebida por todos. Como se você fizesse parte de mim e ninguém percebesse qualquer alteração.
Em alguns momentos, você me lançava alguns flash’s que me invadiam a mente e me levavam pra um lugar longe. Tão distante quanto não se pode medir.

Passamos o dia juntas. Com você encrustada na minha pele, mente, alma e coração.

Quando o crepúsculo surgiu no céu, senti o impacto das horas ao seu lado me tomar e fiquei tão frágil quanto o primeiro dia que te senti comigo.
Deitei na cama novamente, e me deixei ser acalentada.
Deixei que me levasse pro nosso lugar secreto, tão longe que ninguém pode nos encontrar.
Deixei que as memórias invadissem cada centímetro do meu corpo, cada cheiro, cada toque, fala, conversa. Cada parte dos momento vividos, sentidos, e eternizados na minha mente.
Permiti que as lágrimas escorressem e molhassem o travesseiro.
Permiti que meu coração doesse e meu corpo gritasse para que você fosse embora logo.
Precisava sentir o alívio da sua partida, mas algo dentro de mim sabia que por mais que você partisse, algo de você sempre ficaria comigo.

Foi assim desde o primeiro dia.

Você chega de mansinho, se alastra por cada pedaço de mim e depois vai embora.
Mas não é como se partisse.
Você se vai, mas te sinto comigo todos os dias. Em cada respiração. Como pele que protege o corpo, como sangue que corre nas veias, como ar que respiro.
Não posso te ver, mas posso te sentir comigo.

E sei que sua presença constante sempre me fará lembrar daqueles que amo.
Dos que partiram, dos que estão longe, dos que estão perto, do que passei e até mesmo daquilo que há de ser vivido ainda.
Você sempre me fará lembrar.

E é isso que você causa nas pessoas.
Em todos nós.

E você nunca vai embora. Nunca. Pra sempre.

Um comentário:

  1. Que lindo, Carol! Ela nunca vai embora, mas de vez em qd proporciona os melhores momentos de todos... qd encontramos o objeto da saudade. :)
    Bjs

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