Oi.
-Oi??
Oii Carol?? Você não pode começar uma carta destinada a alguém que te feriu dando um ‘Oi’ com um sorrisinho na cara com se estivesse tudo bem. Então faz favor, coloca pulso firme nisso aqui e começa de novo.
-Tá, tá.
Mas minha mãe sempre me ensinou ser educada com as pessoas e eu não sei começar uma carta que não seja com uma saudação.
Mas também, porque motivo eu seria educada ou cordial com uma pessoa que me magoou?
E depois, deveria perguntar se está tudo bem ou já começar a dispensar o bilhão de coisas que eu tenho pra falar ou questionar?
Deveria contar sobre como eu realmente me sinto ou não?
Deveria dispensar sobre ela toda minha tristeza ou frustração só porque ela foi a última pessoa que me feriu e nós seres humanos temos uma mania feia de colocar a culpa de nossos fracassos em alguém; ou deveria falar contar que estou bem e que sou mais forte que pensei, porque ai ela vai acreditar que sou forte mesmo, que é outra mania besta de tentar fazer os outros acreditem que somos melhores que eles; ou deveria usar o poder das palavras para fazê-la se sentir um lixo de pessoa ou um monstro por tudo que fez comigo, porque isso me faria sentir bem comigo mesma, mas no final das contas eu só a estaria magoando assim como ela fez comigo; deveria citar minhas angustias e toda minha raiva por ela não ter simplesmente desaparecido ou por não possuir poderes para apagar de vez tudo da minha vida?
Deveria xingar, gritar ou até mesmo prejudicar em algo?
Deveria, deveria, deveria??
Mas não faço.
Porque isso tudo faria de mim uma pessoa exatamente igual a ela.
Que não se importa com os sentimentos das outras pessoas, ligando apenas para si próprio e para seus interesses. Faria de mim uma pessoa sem caráter.
Me transformaria em alguém que magoa e fere as outras pessoas só para se sentir melhor consigo mesma e com as limitações que convivemos todos os dias.
Me transformaria no monstro que eu mesma criei.
E no final das contas, não sou assim.
Então, acho melhor pular essa parte do desafio.
É...
Oii Carol?? Você não pode começar uma carta destinada a alguém que te feriu dando um ‘Oi’ com um sorrisinho na cara com se estivesse tudo bem. Então faz favor, coloca pulso firme nisso aqui e começa de novo.
-Tá, tá.
Mas minha mãe sempre me ensinou ser educada com as pessoas e eu não sei começar uma carta que não seja com uma saudação.
Mas também, porque motivo eu seria educada ou cordial com uma pessoa que me magoou?
E depois, deveria perguntar se está tudo bem ou já começar a dispensar o bilhão de coisas que eu tenho pra falar ou questionar?
Deveria contar sobre como eu realmente me sinto ou não?
Deveria dispensar sobre ela toda minha tristeza ou frustração só porque ela foi a última pessoa que me feriu e nós seres humanos temos uma mania feia de colocar a culpa de nossos fracassos em alguém; ou deveria falar contar que estou bem e que sou mais forte que pensei, porque ai ela vai acreditar que sou forte mesmo, que é outra mania besta de tentar fazer os outros acreditem que somos melhores que eles; ou deveria usar o poder das palavras para fazê-la se sentir um lixo de pessoa ou um monstro por tudo que fez comigo, porque isso me faria sentir bem comigo mesma, mas no final das contas eu só a estaria magoando assim como ela fez comigo; deveria citar minhas angustias e toda minha raiva por ela não ter simplesmente desaparecido ou por não possuir poderes para apagar de vez tudo da minha vida?
Deveria xingar, gritar ou até mesmo prejudicar em algo?
Deveria, deveria, deveria??
Mas não faço.
Porque isso tudo faria de mim uma pessoa exatamente igual a ela.
Que não se importa com os sentimentos das outras pessoas, ligando apenas para si próprio e para seus interesses. Faria de mim uma pessoa sem caráter.
Me transformaria em alguém que magoa e fere as outras pessoas só para se sentir melhor consigo mesma e com as limitações que convivemos todos os dias.
Me transformaria no monstro que eu mesma criei.
E no final das contas, não sou assim.
Então, acho melhor pular essa parte do desafio.
É...
#Passo
Ficou muito bom, Carol! E mesmo sem querer dizer nada você disse tudo.
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