Foram dias
estranhos.
Estranho é uma
palavra muito complexa que pode ser interpreta de várias maneiras, possui
vários sentidos e tudo depende do ponto de vista do receptor.
Diria então, que
meus últimos dias de 2012 foram estranhos na forma mais complexa possível.
Uma avalanche de
sentimentos descontrolados me invadia a cada segundo do dia; sentimentos de
felicidade por estar com a minha família, pelo amor que exalava pelo ar, pelos
meus amigos, pela dádiva da vida e do recomeço; sentimentos de saudade, de
angustia, de lembranças, de solidão e um montão de outras coisas.
Escrevi, toquei,
cantei, sai passear, fui no cinema sozinha, gastei e usei todas as ferramentas
disponíveis para ficar bem de alguma forma.
Em uma dessas
noites, depois de falhar em uma das minhas missões de fazer algo para me sentir
em paz, cheguei em casa e a encontrei sentada no sofá conversando alegremente
com a minha mãe.
Parecia tão
real, tão viva e tão feliz que me senti petrificada diante da porta de vidro
que nos separava.
Foi como se
estivesse olhando para minha avó ali.
O sorriso surgiu
em meus lábios e senti meu coração esmagar dentro do peito.
Tia Rita (que
tem primeiro nome de Rita e não de tia rsrsrrs) parecia mais um presente
enviado lá do céu.
A semelhança que
ela possui com a minha avó é algo incrível, que me arrepia a espinha só de
começar a comparar.
Ela me abriu o
sorriso e ajoelhei em sua frente, deitei a cabeça no seu colo e chorei feito
criança. Ela me afagou os cabelos enquanto dizia que tudo iria ficar bem,
exatamente como minha avó fazia.
Não sei ao certo
quanto tempo ficamos naquela posição, e não saberia dizer por quantas horas
fiquei observando cada movimento, cada fala e cada gesto dela. Tudo, exatamente
TUDO me fez lembrar minha avó.
No final do dia,
agradeci mentalmente a Dona Antonia por ter me enviado umas das ultimas partes
que restam dela ainda vivos aqui na terra.
Agradeci por ela
ter me amado de forma inexplicável e por continuar cuidando de mim lá do céu.
Porque de alguma
forma ela sabia que não aguentaria sozinha, sabia que estava doendo e que eu
precisava de uma ajuda.
Senti que mais
uma vez minha avó havia intercedido por mim.
Porque amar, na
forma mais simples e pura possível consiste em fazer o que estiver ao nosso
alcance para o bem daqueles que precisam de nós, do nosso apoio e compreensão.
Significa
ultrapassar a barreira do impossível e sempre estar ao lado de quem amamos.
É amar integralmente,
existencialmente e infinitamente.
Minha avó foi a
pessoa que mais me amou neste mundo e que sempre me amará.
Sei que ela
cuida de mim todos os dias e sempre me envia algum sinal que está ao meu lado
me ajudando nos momentos que mais preciso.
Não conseguiria
expressar essa ligação, esse amor ou essa saudade que está tatuada no meu ser
desde que ela se foi.
Tia Rita ficará
acomodada no meu quarto até o final de fevereiro.
Deus me ajude a
lidar com os sentimentos que a presença dela trará, com as lembranças e mais
ainda, com a sua partida também.
Ps: A foto em exibição é a minha favorita.
Minha avó e eu como sua eterna 'pingo de ouro'
Nenhum comentário:
Postar um comentário